Roupa vermelha. Hmmmm. Essa Katniss é petralha, rum??? |
Jogos Vorazes – A Esperança (O Final) foi definitivamente um
filme para os fãs da trilogia, tamanha a fidelidade dos acontecimentos e
diálogos. E apesar de amar os livros, eu seria muito injusta ao dizer que o
filme foi perfeito, porque não foi, e tudo bem – quem realmente ainda vai
assistir algo achando que será perfeito? Eu prefiro manter as expectativas
normalizadas, e nesse caso, foi uma boa decisão, porque apesar de uma primeira
metade lenta, o longa começou a tomar forma numa conversa da Johanna e da
Katniss em meio a um casamento (!) em pleno Distrito 13.
Esperei bastante pela cena do casamento da Annie com o
Finnick, e apesar de curta, valeu à pena como uma despedida. A dança da Katniss
com a Primrose, logo após a decisão da protagonista de ir atrás de Snow, foi
outro momento bom e deixava implícito o que estava por vir. Inclusive, como
dito outras vezes nos filmes, a impulsividade (muitas vezes ingênua) da
protagonista rende ótimos momentos, como aquele em que ela desce do bunker e é
recebida por rebeldes surpresos, mas apoiando-a.
E é ai que o longa começa a engatar de vez, com a formação
do grupo (cheio de personagens ótimos) que iria ajudar Katniss a continuar seu
papel de tordo, mesmo que nem todos saibam que o plano dela com certeza não
incluía ficar para trás enquanto a linha de frente dos rebeldes avançava. Ah,
foi estranho ver a Katniss encarando o Peeta como ameaça depois de tudo que
passaram, mas necessário para entendermos um pouco como a cabeça dele funcionava
após ser sequestrado pela capital. Como ele mesmo diz diversas vezes, naquele
momento ele era um bestante.
A cena de Boggs passando o comando do grupo para a Katniss
foi dramática e um divisor de águas, para quem entendeu, porque o telespectador
mal teve tempo de assimilar as pistas dadas por Boggs. Fomos tomados pelo desespero
(para o grupo sobreviver a uma das tentativas de tornar a capital numa arena) e
a aflição de ver Peeta descontrolado. A partir daí, Katniss abraça seu lado de
líder, mesmo com um plano falho – que foi salvo momentaneamente pelo Avox, guiando
os que sobreviveram pelos túneis, enquanto eles acreditavam que ainda eram
considerados mortos pela capital e o Distrito 13.
Por falar nessa sequência dos túneis, achei bem construída e
nos rendeu os momentos de maior susto, adrenalina e ação do filme. Os bestantes
cumpriram com louvor o papel de incomodar e quase ferrar com tudo. E foi triste
para mim, fã de um dos personagens que fica pra trás nos túneis, vê-lo ser
praticamente enterrado – e não da forma como merecia. Ao mesmo tempo, foi
bonito de ver que ele morreu ainda lutando pelo que acreditava, sem recuar.
Cumpriu seu papel.
O que não foi nada bonito de ver foi o diálogo constrangedor
e fora de hora do inexpressivo Gale (tinha até esquecido de mencioná-lo aqui,
vejam só!) e do algemado Peeta, enquanto a mocinha fingia estar dormindo, mas
na verdade estava escutando tudo. Quer momento mais inapropriado e conversa
mais mal construída que aquela? Fiquei morta de vergonha e não vou negar. Não
era o momento do triângulo amoroso (que, ainda bem, sempre foi mantido em
terceiro plano!) ser debatido.
A chamada do presidente Snow convidando todos os moradores
remanescentes na capital para entrarem em sua mansão era garantia do selo ~É
CILADA, BINO!~ do ano. Mas ver a elite sendo manipulada pelo Distrito 13 foi
interessante, uma pena que nesse momento o filme continua seguindo a narrativa
da Katniss no livro e não vemos o momento em que todos viram suas armas à
capital, literalmente. Ficamos restritos à confusão mental da Katniss
pós-bombardeio e desnorteada pelo que viu – exatamente como acontece no livro.
Particularmente no filme, preferia ter visto mais dessa sequência e menos do
começo do filme. Mas vida que segue.
E seguiu, com uma Katniss assimilando tudo o que aconteceu
numa cama de enfermaria, acompanhada de uma mãe com cara de choro. Parecia que
ia acabar por aí, mas a reviravolta da conversa de Katniss com o quase
moribundo (e sempre debochado) Snow deu o gancho para a cereja do bolo. Os
últimos vinte minutos de filme foram atropelados, como se os diretores
estivessem correndo contra o tempo, o que sequer deu tempo de todos os
telespectadores entenderem o que estava acontecendo.
Jogos Vorazes terminou afirmando que nós somos
autodestrutivos, é uma crítica forte, assim como a trilogia sempre nos cutucou enquanto
sociedade, mostrando nossas diversas fragilidades e a facilidade de sermos
corrompidos – cooptados pelo poder. As palavras não foram usadas, mas estava
lá, implícito que nosso problema não era uma pessoa, e sim o sistema. Apesar da
falta de espaço para maiores reflexões, as cenas foram boas. Querendo ou não, a
reviravolta da flecha da Katniss-impulsiva-justiceira-leal, diante de toda a Panem,
fechou a história com chave de ouro.
A volta para a vila dos campeões, num Distrito 12
bombardeado, valeu especialmente pelo reencontro com Buttercup, que mostrou
toda a malemolência das sete vidas da espécie. Ele até ronronou, roubou a cena.
No fim, fomos presenteados com uma cena bem breguinha, diga-se de passagem, do
casal 20. Ainda bem que ela chutou o Gale, mas a cena final não encaixou com a
correria dos minutos pós-bombardeio. Uma pena, porque apesar de aparentemente
normais, o casal carrega um final não tão feliz e extremamente melancólico, que
merecia ser melhor retratado. Ainda assim, foi satisfatório vê-los juntos.
Com muitas escorregadas, achei que o final poderia ser melhor, mesmo com diálogos fiéis. Fiquei satisfeita
quando os créditos subiram, porque mesmo com um último filme mais fraco (parte da culpa está na postura caça-níquel ao dividirem em dois filmes), Jogos Vorazes se consolidou como uma das melhores
adaptações de livros para as telas. Lembrei imediatamente de 4 anos atrás,
quando anunciaram Jennifer Lawrence como Katniss e fiquei indecisa sobre o que
achar. Hoje acho que ela foi papel fundamental para o sucesso estrondoso dos
filmes. Suficiente para me deixar já com saudades da arena, dos distritos e até
da capital.
PS. Evitei mencionar a Coin aqui para não dar spoiler, mas é
incrível como a personagem retratou bem a problemática de estar no poder e deixa-lo
subir à cabeça.
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3 comentários
Eu to doida pra ver esse filme, justamente por ter achado que a saga toda foi fiel aos livros, mas que ruim que ficou meio atropelado no final :( depois que eu assistir eu comento de novo com o que achei hahaha beijo
ResponderExcluirEu to doida pra ver esse filme, justamente por ter achado que a saga toda foi fiel aos livros, mas que ruim que ficou meio atropelado no final :( depois que eu assistir eu comento de novo com o que achei hahaha beijo
ResponderExcluirInfelizmente a maioria dos filmes (não só dessa saga) se perde no fim por causa da pressa :( acho triste de verdade hahahahaha obrigada pelo comentário, Lu <3
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